Kin no ono – Machado de Ouro (Lendas)![]()
“Era uma vez um casal de idosos que vivia sozinho numa cabana construída ao pé de uma montanha.
Um dia, o velhinho subiu a encosta em busca de lenha. Mas quando cortava uma árvore, o machado acabou se desprendendo do cabo e caiu no lago que se formava sob uma cachoeira. Ele desceu até a margem, preocupado em recuperar aquela importante ferramenta de trabalho.
Enquanto se debruçava sobre as águas, o velhinho viu uma grande carpa se aproximando, trazendo um machado de ouro na boca. O peixe parou, oferecendo-lhe a peça. Mas o velhinho era honesto demais para aceitar algo que não lhe pertencia.
- Mas meu machado é de ferro!- disse o velhinho.
Ao ouvir isso, a carpa mergulhou novamente, voltando com a peça de ferro, já gasta pelo tempo.
O homem agradeceu e retornou para a casa.
No dia seguinte, ao acordarem, os dois idosos levaram um susto: o machado de ferro havia se transformado em uma peça de ouro maciço. Eles ainda estavam comemorando o acontecimento quando sua vizinha veio bater à porta para pedir emprestado um pouco de lenha. Ao ver a peça de ouro, os olhos da visitante brilharam, cheios de cobiça:
-Onde vocês conseguiram isso? –perguntou.
Então, o velhinho explicou a história. A vizinha correu para casa e contou o episódio para o marido, pedindo-lhe que fosse até a montanha cortar a árvore no mesmo local onde o velho tinha ido. Ele foi e fingiu que estava cortando o tronco de uma árvore.
De repente, deixou cair o machado dentro do lago. Ao chegar à margem, viu a carpa gigante trazendo a ferramenta.
- Mas meu machado é de ouro! – disse ao peixe.
A carpa mergulhou e se aproximou dele com uma peça reluzente na boca. O homem mal conseguia se conter. Ansioso para colocar as mãos no machado de ouro, acabou se precipitando e caiu no lago, morrendo afogado.”
Obs.: Texto original extraído do site: www.pdacinhos.onegaibr.com
Depois desta vida terrena, vários ensinamentos espirituais citam que faremos uma passagem para outro lado, ou estaremos lá no Além. A história nos alerta, que também lá, rege uma simples lei da Criação- aLei da Gravidade.
Aqueles que possuem constituição pura, e procuram se enquadrar harmoniosamente na lei da Criação, serão elevados; ao contrário, os que aspiram pelo impuro, pesado e que visam apenas o terrenal, tendem a afundar.
Escrito por: YoshioNouchi
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terça-feira, 18 de novembro de 2014
Kin no ono – Machado de Ouro (Lendas)
O Ogro e o Galo
O Ogro e o Galo
“Era uma vez uma montanha tão alta que parecia tocar o céu. No topo dela vivia um ogro terrível. Ele tinha pele vermelha, um único chifre na cabeça e estava sempre fazendo maldades com o povo do vilarejo ao pé da montanha.
Numa manhã, os camponeses do vilarejo que trabalhavam ao pé da montanha foram para seus campos e viram suas plantações arruinadas. Alguém as arrancou e pisou sobre elas até que não restasse uma única planta inteira.
Eles se perguntaram quem poderia ter feito tal maldade, até que viram as pegadas do ogro espalhados pelo chão.
Os camponeses ficaram enfurecidos. Eles estavam cansados das travessuras do ogro e, quando olharam os vegetais destruídos por todos os lados, ficaram ainda mais furiosos.
Os camponeses apontaram para a montanha e gritaram:
-Seu ogro malfeitor! Por que não pára de fazer essas maldades: Desta vez, nós lhe daremos uma surra!
O ogro olhou para baixo e respondeu com sua voz terrível:
-Vocês precisam me dar um humano todos os dias para meu jantar. Desse modo, vou deixá-los em paz.
Os camponeses nunca tinham ouvido um pedido como aquele. Eles levantaram suas enxadas para o ogro e gritaram de volta:
-Quem você pensa que é para querer comer um humano todos os dias?
-Eu sou o ogro dos ogros- urrou o ogro de volta. – Isso é o que sou! Não há absolutamente nada que eu não possa fazer! Ha, ha, ha!
A voz do ogro ecoou ruidosamente através das montanhas e fez todas as árvores se inclinaram e balançarem.
-Muito bem, então- os camponeses gritaram de volta. – Vamos ver o quanto é poderoso! Se puder construir uma escadaria de pedra com uma centena de degraus por todo o caminho até o topo da montanha, nós lhe daremos tudo o que desejar:
-Ora, certamente posso fazer isso! – o ogro respondeu. – Se não tiver terminado a escadaria antes do primeiro galo cantar amanhã de manhã, prometo ir embora e nunca mais amolar vocês.
Assim que escureceu, o ogro seguiu para o vilarejo e colocou uma capa de palha sobre a cabeça de todos os galos, de modo que não pudessem ver o sol nascer. Então, o ogro disse para si mesmo:
-Agora construirei aquela escadaria! E se pôs a trabalhar.
O ogro trabalhou rapidamente e com tanto afinco que ele já tinha colocado noventa e nove degraus no lugar quando o sol começou a nascer no leste. Mesmo assim, ele sorriu para si mesmo, sabendo que os galos não cantariam, e que ele ainda teria muito tempo para colocar o último degrau na escadaria.
Porém, uma deusa bondosa também vivia na montanha. Ela vinha observando o ogro, e viu o truque sujo que ele estava fazendo. Assim, enquanto o ogro descia a escadaria para buscar a última pedra, a deusa voou até o vilarejo e tirou a capa de palha da cabeça de um dos galos.
O galo viu o sol nascer e cantou ruidosamente:
- Co-co-ri-có!
Isso acordou os outros galos, que começaram a cantar em coro. O ogro ficou estarrecido.
-Eu perdi!- gritou ele. – E havia apenas mais um degrau para fazer!
Mas até os ogros precisam cumprir as promessas. Assim, ele bateu em seu chifre, desapontado, e seguiu para longe das montanhas. Ninguém jamais viu o ogro novamente, e os camponeses viveram muitos felizes ao pé da montanha. “Eles terminariam a escadaria até o topo e sobem até lá nas noites de verão para apreciar a vista maravilhosa.”
Obs.: Livro de consulta: As histórias preferidas das Crianças Japonesas,
Livro 01,2005, pag. 86
Análise do texto:
Para entender melhor esta mensagem, devemos trocar alguns personagens.
Iremos considerar o Ogro como uma figura importante da humanidade ou uma parte das criaturas humanas, e o galo o badalar de um grande sino, sinalizando o fim de um período e o início de outro.
Nós, seres humanos, sempre julgamos estar muito mais acima do que realmente somos, onde aprendemos a apreciar essa mania de nos auto valorizar e nos glorificar.
Exaltam suas obras, suas conquistas e seus feitos terrenos, sem saber e sem agradecer Àquele que dá a possibilidade para tudo o que deseja.Outros, não perdem a oportunidade de lesar ou prejudicar seus semelhantes.
Em outros casos, vários alertas desceram para diversos povos, para que nós não empreendêssemos todo o nosso tempo e esforço para rolar pedra montanha acima, assim, para que não ficássemos presos apenas ao terrenal.
As primeiras horas do cantar do galo do amanhã de manhã, conforme a história representa, o prazo destinado para todos acordarem para a verdadeira vida.
Todos foram alertados, para que não viessem a agir como os Ogros, dedicando todo o seu esforço para concluir um grande feito terreno, que era a conclusão de uma escada de pedras até o topo da montanha, supondo ainda que teria muito tempo, sorrindo para si mesmo, porque ele ardilosamente colocou uma capa de palha sobre a cabeça de todos os galos.
Ao amanhecer com o sinal do galo, é um alerta de que o prazo de desenvolvimento da humanidade está chegando ao fim, e quando esgotar às 12h se fará ouvir o badalar do relógio universal, sem acrescentar mais nenhum minuto.
A terra ficará vazia destas criaturas maldosas, arrogantes e ingratas, e o pouco que apesar do sofrimento se mantiver puro e implorar por auxílio, será possibilitado subir a escadaria e apreciar a vista maravilhosa.
O Ogro e o Galo, uma mensagem de um profundo significado espiritual, para cada um de nós e para toda a humanidade.
Escrito por: YoshioNouchi
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quarta-feira, 5 de novembro de 2014
O Velho Que Faz Florir as Cerejeiras
O Velho Que Faz Florir as Cerejeiras
O macaco de rabo curto
O macaco de rabo curto
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“Era uma vez um macaco muito jovem e tolo. Ele estava sempre pregando peças e fazendo coisas perigosas e tolas. Todos os outros macacos viviam lhe dizendo para ser mais cuidadoso, ou qualquer dia acabaria se machucando, mas ele não escutava.
Certo dia, o macaco tolo correu pela floresta, subindo nas árvores mais altas e pulando entre os galhos mais longos. Mas ele era tão descuidado que caiu da árvore em cima de uma moita de espinhos, e um espinho longo e pontiagudo espetou a ponta do seu rabo.
-Ai! Oh! Ai!- ele berrou, segurando a cauda. – Oh, como isso dói - gritava muito alto.
Como podem ver esse não era de modo algum um macaco durão. Naquele momento, um barbeiro passava por ali, carregando sua navalha. Quando o macaco o viu, pediu:
- Por favor, Senhor Barbeiro, ajude-me a cortar estes espinhos do meu rabo.
O barbeiro abriu sua navalha pra cortar os espinhos fora. Mas lembre-se, o macaco tolo não era muito corajoso. Ao ver a navalha se aproximar de seu rabo, gritou:
-Oh, isso vai doer! – e deu um grande pulo.
A navalha atravessou o rabo, cortando a ponta fora!
Quando o macaco se deu conta do que havia acontecido, ficou muito bravo.
- Veja só o que você fez com o meu rabo - disse ele. Você precisa colocá-lo de volta, do contrário terá de me dar a sua navalha.
O Barbeiro não pôde colocar o rabo do macaco de volta, e, para compensar, deu-lhe a navalha. O macaco foi caminhando pela floresta, levando a navalha consigo. Ele parecia muito idiota com o rabo curto, mas estava tão orgulhoso da navalha que nem parou para pensar no seu próprio rabo.
Em seguida, o macaco dirigiu-se a uma velhinha que estava recolhendo lenha na floresta. Alguns dos gravetos eram longos demais, e ela estava tentando quebrá-los em pedaços menores para levá-los a sua casa. O macaco observou a velhinha por um instante. Ele queria muito mostrar a alguém sua bela navalha, e essa seria uma boa chance. Então, ele disse:
- Olhe vovó, eu tenho uma navalha bonita e afiada. Você pode pegá-la emprestada para cortar a lenha, se quiser.
A velhinha ficou muito satisfeita.
- Muito obrigado, macaco – respondeu ela, e começou a cortar a madeira com a navalha do macaco.
Acontece que uma navalha não foi feita para cortar lenha, e logo a lâmina ficou cheia de fendas e cortes. Quando o macaco viu isso, ficou muito bravo.
-Veja só o que fez com minha navalha! Você precisa me devolver a navalha do mesmo jeito que estava antes, ou terá de me dar a sua lenha.
Claro que a velhinha não pôde consertar a navalha. Assim, ela entregou a lenha ao macaco. Então o macaco tolo seguiu caminhando para a floresta, carregando a lenha com ele. Ele parecia idiota com o rabo curto, mas estava tão orgulhoso da lenha que nem pensou em seu próprio rabo.
Um pouco depois, o macaco viu uma confeiteira fazendo biscoitos. Acontece que o macaco adorava biscoitos mais do que qualquer outra coisa, e ficou com uma vontade de comer alguns. Ele disse:
- Olhe confeiteira, tenho lenha ótima e bem seca. Você pode pegá-la emprestada para assar seus biscoitos.
A confeiteira ficou muito satisfeita, porque a madeira que estava usando era verde e não queimava muito bem.
-Muito obrigada, macaco – disse a confeiteira.
Então, pegou a lenha e a colocou todinha no fogo. Acontece que o fogo estava muito alto e a lenha seca queimou rapidamente. O macaco ficou observando até que todos os biscoitos fossem assados. Oh, como cheiravam bem! Ele ficou lambendo os beiços. Finalmente, a confeiteira tirou os biscoitos do fogo. A essa altura, toda a lenha tinha sido queimada até as cinzas. Quando o macaco viu isso, ficou muito bravo.
-Veja só o que você fez com a minha lenha! - reclamou ele. – Agora, precisa devolvê-la para mim da mesma maneira que estava antes. Do contrário, terá de me dar alguns biscoitos que assou.
- Mas como eu posso devolver a lenha? – perguntou a confeiteira. – Você a viu queimando no fogo.
- Eu não posso fazer nada - disse o macaco. – Você precisa devolvê-la, ou terá de me dar alguns biscoitos.
Naturalmente, a confeiteira não conseguiu transformar as cinzas em lenha novamente, portanto, teve de dar ao macaco alguns biscoitos, ainda fumegantes, saindo do forno. O macaco tolo seguiu caminhando pela floresta, mordiscando os biscoitos deliciosos. Ele parecia muito idiota com aquele rabo curto, mas estava tão ocupado comendo os biscoitos que nem prestou atenção em seu próprio rabo.
Nesse momento, o macaco viu um velhinho carregando um velho gongo de bronze.
- Não seria maravilhoso ter um gongo como aquele? – disse o macaco a si mesmo. – Assim, todo mundo me escutaria.
Ele ainda tinha muitos biscoitos de sobra, então falou:
-Ei, vovô, eu tenho alguns biscoitos deliciosos aqui. Vou dar-lhes em troca deste maravilhoso gongo. E ele deu ao homem um dos biscoitos para experimentar. O velhinho comeu o biscoito, e achou tão delicioso que quis comer mais.
- Você pode levar o gongo, e eu ficarei com os biscoitos - concordou o velhinho.
O macaco pegou o gongo e subiu até o topo da árvore mais alta da floresta, onde os galhos eram finos. Ele parecia idiota com o rabo cortado, mas estava tão orgulhoso de si mesmo e de seu gongo de bronze que nem pensou a respeito. Ele bateu o gongo com força e cantou tão alto que todos os macacos ouviram. E foi isso que cantou:
- Sou o macaco bonito,
o verdadeiro rei da cocada,
com o meu gongo de bronze,
sou o líder da macacada
Bong! Bong! Bong!
Eu tinha um belo rabo
e o troquei por uma navalha,
e a troquei por alguma lenha,
e a troquei por uns biscoitos,
e os troquei por um gongo -
um belo gongo de bronze
Bong! Bong! Bong!
O macaco tolo cantava balançando seu rabo curto no ar, e parecia muito estúpido aos macacos que assistiam ao espetáculo. No momento do último “Bong!”, ele bateu no gongo com tanta força que caiu da árvore, bem em cima de outra moita de espinhos. Os outros macacos riram muito, enquanto tiravam os espinhos do macaco tolo. Após o ocorrido, eles o apelidaram de Macaco Rabo Curto Bong Bong, e nunca mais ele pôde esquecer-se do próprio rabo.”
Obs.: Livro de consulta: As Histórias Preferidas das Crianças Japonesas, livro 01, 2005, pág. 100, editora JBC.
Obs.: Livro de consulta: As Histórias Preferidas das Crianças Japonesas, livro 01, 2005, pág. 100, editora JBC.
Análise do texto:
Convido os leitores e amigos a interpretar algumas histórias da cultura japonesa com a nossa intuição. Sendo assim, esta mensagem serve para que não enveredemos na mesma trilha, em que a história é bem clara, e para que não abriguemos a vaidade dentro de nosso íntimo.
Ela torna as pessoas injustas, provocando sofrimento e prejuízo aos outros.
Essa atitude deixa as pessoas cegas e intolerantes, e só tende a aumentar cada vez mais, sem se importar com os valores dos outros. Assim, chega ao ponto de toda sua comunicação estar impregnada na maestria para enganar a si mesmo, alertando que, até correríamos os riscos de comercializar partes de nossos corpos para atender aos desejos insaciáveis da vaidade.
Ao olhar de um observador sereno, o qual inúmeros auxílios já recebeu, torna-se ridículo todo esse proceder.
A advertência mais grave era para que os seres humanos não viessem a abrigar a vaidade espiritual, e assim, não procurassem mais saber como deveriam viver para serem agradáveis ao Altíssimo.
A vaidade tem inúmeras faces e cabe a cada um avaliar e reavaliar a própria vida interior, e assim, não ficar afastado ou totalmente apartado das beneficiadoras irradiações da Trindade do Amor, Pureza e Justiça Divina.
Essa é uma mensagem de profundo valor, que foi retransmitida há centenas de anos, onde a profecia procura alertar, para que não venha a ocorrer o descalabro da humanidade.
Escrito por: Yoshio Nouchi
Solo preparado ou solo ressecado
Solo preparado ou solo ressecado
Este assunto é algo tão evidente que qualquer um com poucas palavras, estará apto a responder.Podemos citar como solo preparado, aquele solo já afofado, macio e limpo, pronto para receber as sementes do semeador.
No segundo caso, solo ressecado, aquele solo enrijecido, duro, impróprio para algum cultivo ou tentativa nesse sentido.
Olhando e respondendo do lado terrenal, concluiremos que ambas as citações acima estão corretas.Mas, na verdade, esta sentença está carregada de uma severa advertência.
Outrora, os seres humanos que ainda estavam ligados à Luz, em tudo que recebiam de auxílio, procuravam recompensar, devolvendo com sentimento intuitivos de alegria e gratidão.
Com o passar de séculos e milênios, foi ocorrendo uma transformação do solo fofo que os seres humanos mantinham no seu coração, foi se modificando, tornando-se duro e ressecado.
Recebemos inúmeros avisos através dos videntes, sábios, profetas e por último de um enviado da mais elevada esfera.
Recebemos inúmeros avisos através dos videntes, sábios, profetas e por último de um enviado da mais elevada esfera.
Este emissário das alturas, percebendo que suas palavras de Verdade ou suas sementes só caíam em solos ressecados das almas humanas, fez saber daí a necessidade da vinda do segundo emissário.
Para outros povos, vieram informações e avisos do “O Julgar”, ou como “Momotaro”, na forma de historinhas para o povo japonês, como último auxílio da Verdade.
Ver mais no blog As profecias do Oriente: asprofeciasdooriente.blogspot.com
O Velho com um inchaço na face do rosto
O Velho com um inchaço na face do rosto
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“Era uma vez um velhinho muito trabalhador.
Em sua bochecha direita ele tinha um grande tumor benigno, que formava um calombo. Um dia, ele foi para a montanha cortar madeira, e de repente começou a chover.
- Minha nossa! O que vou fazer? – falou.
Ele teve sorte de achar um grande abrigo em uma árvore oca, onde pôde se esconder até a chuva parar. Enquanto esperava, ele começou a cochilar, e acabou adormecendo.
Ao acordar, ficou muito surpreso ao descobrir que já era noite, e que na frente de sua árvore ocorria uma festa completa, com ogros vermelhos e verdes dançando.
- Ahá! –gritou um ogro. – Há um velho dentro da árvore.-e eles o puxaram para fora de seu esconderijo.
- Agora, velho, você, precisa dançar para nós.
Assim, o velho dançou mostrando a sua melhor performance para os ogros.
- Muito bem, muito bem! Isso foi muito divertido – disseram os ogros, e bateram palmas exultantes.
- Você precisa vir novamente amanhã à noite para nos mostrar sua dança.
Até lá, vamos guardar o seu calombo para ter certeza de que você virá e dançará novamente.
Eles tiraram o grande calombo da face do homem, pensando que devia ser algo muito precioso. O velho, naturalmente, ficou muito feliz por perder seu calombo e deixou a floresta cantando. Ao chegar em casa, ele contou a história para sua esposa, que estava tão surpresa quanto feliz. Seu marido ficara tão bonito sem o seu tumor!
O vizinho da porta do lado também tinha um calombo feio, e ficou muito animado ao ouvir a história.
- Eu poderia perder meu tumor da mesma forma! – pensou o vizinho, que seguiu para a mesma montanha e se escondeu na mesma árvore. Por fim, os mesmo ogros vieram para a festa.
- Chegou a hora! – disse o segundo velho, ao pular para fora da árvore e começar a dançar.
Porém, ele não pôde dançar tão bem quanto o primeiro velho. Os ogros não ficaram satisfeitos e gritaram:
- Essa dança não é tão boa quanto a primeira que nós vimos na noite passada!
Um deles disse:
- Nunca mais queremos vê-lo dançar! Vamos devolver-lhe o calombo, assim não voltará mais. Os ogros pegaram o calombo que tinham tomado do primeiro velho, puseram no seu vizinho e o expulsaram. O segundo velho voltou triste para casa, com dois calombos na face em vez de um.”
Análise do texto:
Daí podemos deduzir que sentimentos de inveja e má vontade só tendem a acumular peso, calombo e sofrimento no nosso corpo de constituição mais fina; diferente da boa vontade e daqueles com disposição de sempre poderem estender a mão e fazer o melhor para o próximo.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
O Pilão Mágico
O Pilão Mágico
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“Era uma vez dois irmãos que viviam juntos em um pequeno vilarejo. O irmão mais velho trabalhava duro o tempo todo, porém o mais novo era muito preguiçoso e não procurava nada para fazer. Um dia, o irmão mais velho foi em direção as montanhas em busca de trabalho. Enquanto caminhava, um homem idoso surgiu à frente dele e lhe deu um pilão feito de pedra, do tipo usado para triturar arroz ou moer trigo para fazer farinha.
- Este é um pilão mágico que dará a você qualquer coisa que deseje – contou o homem.
Feliz da vida, o irmão mais velho correu para casa com o pilão, gritando:
- Por favor, me dê arroz. Precisamos de arroz – falando desse modo, ele enfiou o socador no pilão. De uma só vez surgiram muitos e muitos quilos de arroz. Havia tanto arroz que ele distribuiu para todo o vilarejo.
- Isso é maravilhoso! Será de grande ajuda, muito obrigado! – disseram os aldeões, que estavam muito felizes. Todos menos o irmão preguiçoso.
- Eu gostaria de ter esse pilão. Poderia usá-lo muito melhor – resmungou para si mesmo.
Um dia, ele roubou o pilão mágico e fugiu.
- Ninguém conseguirá me alcançar se eu puder chegar até o oceano – pensou, enquanto corria para o mar.
Quando chegou ao mar, o irmão preguiçoso encontrou um pequeno barco a remo. Ele o pegou e remou com toda a força em direção ao alto mar. Logo estava muito distante, bem no meio das ondas grandes.
- Já sei! Gostaria de ter um monte de bolinhos doces e deliciosos – pediu o jovem enquanto batia com o socador dentro do pilão.
- Puxa! Como são bons! E que monte de bolinhos eu consegui!
O irmão preguiçoso comeu todos os bolinhos de arroz. Eram tantos, e tão doces, que ele começou a sentir vontade de comer algo salgado para tirar o sabor doce da boca.
Então, enfiou o socador dentro do pilão novamente e ordenou:
- Desta vez, mê de sal. Quero sal! Quero sal!
E assim o sal saiu aos montes do pilão, muito branquinho e brilhante. E continuou vindo e vindo.
- Já basta! – gritou ele. - Tenho o suficiente. Pare!
Mas o sal continuou vindo e vindo, e o barco começou a afundar.
Quando o irmão afundou com o barco, ele ainda gritava:
- Já basta! Já basta!
Mas o pilão continuou produzindo mais e mais sal, mesmo no fundo do oceano, e continua isso até hoje. É por isso que a água do mar é salgada.”
Obs.: Livro de consulta: As Histórias Preferidas das Crianças Japonesas, Livro 02, 2005, pág. 06, Editora JBC.
Análise do texto:
Em outras palavras, quem se esforça e procura conhecer a Verdade, irá vivenciar dentro de si, onde todas as dúvidas da Criação passarão a ser esclarecidas, assim, passando a atuar construtivamente.
Recebendo conscientemente, poderá trabalhar distribuindo verdadeiramente aos outros, e no caso da história, a fartura do arroz simboliza a fartura do saber espiritual.
E o irmão mais novo era muito preguiçoso, e não procurava nada para fazer, preferindo ficar no sopé da montanha, que na sua indolência espiritual, não estava disposto a se movimentar, procurando sempre o caminho mais fácil, e se possível, reivindicar as riquezas do Paraíso Espiritual, de uma forma mais cômoda possível.
O mesmo texto nos traz um segundo ensinamento de que não devemos nos apropriar indevidamente de uma mensagem elevada ou uma mensagem do Altíssimo, utilizando apenas para fins impuros e egoístas, ou para atender as nossas fraquezas e a nossa vaidade.
O afundar no mar, significa que ele deixou de existir e atuar conscientemente nesta vida terrena pesada e no mundo mais fino.
Esta história dos dois irmãos é um alerta, no qual o irmão mais novo se julgou pelo seu próprio proceder.Uma advertência, para que nossos nomes não sejam apagados do livro da vida.
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